Ontem, 06 de Setembro, foi o fim do
curso de histórias em quadrinhos na Quanta Academia de Artes, ministrado pelo
quadrinhista Octavio Cariello, para os alunos que estão nesta fotografia acima.
Para este momento, gostaria de
registrar algumas percepções ao longo deste último ano onde desconstruí as
ideias que tinha sobre quadrinhos, a forma como pensava a linguagem e minha relação
como o trabalho que vinha fazendo até então.
Neste tempo busquei algumas
literaturas inspiradas pelas aulas, li alguns livros sobre fazer quadrinhos,
como as obras de Will Eisner, Scott McCloud e outros sobre os bastidores dos
quadrinhos norte-americanos, do Grant Morrison. Adquiri uma série de quadrinhos
e artbooks. Busquei uma infinidade de vídeos no Youtube. Comecei a ter olhos
para os quadrinhos independentes e para as tiras de jornal. E no final de tudo
saí mudado, com novos pensamentos sobre o que pensava ser quadrinhos. Muito
mais que o mundinho dos quadrinhos de super-heróis.
Contar histórias é o mais
importante numa história em quadrinhos. E como fazer isso sem cenas de explosão
e carros voando por cima das cabeças dos personagens? Estou querendo dizer que
as fórmulas dos quadrinhos que sempre li tiveram que ser repensadas para os
exercícios de cada semana. E por diversas vezes acredito que não me fiz muito
claro, complicando situações que poderiam ser mais claras, apenas contando uma
história de forma honesta, sem pirotecnia.
Até então, a única forma de ver
meu trabalho era produzindo algo que remetesse o material que sempre li. E
aprendi que poderia viver em eterna agonia tentando emular os artistas que
sempre admirei. Pois a paixão em relação a todo este trabalho que via nas
revistas, apenas deixaria minha vida mais complicada a medida que não
conseguisse algo parecido graficamente.
Realizei pesquisas em outros
países conhecendo como eles criam suas histórias por lá. Fiz quadrinhos a
partir de notícias de jornal, a partir de obras literárias, com filmes, com
fotografia, através de conversas com familiares e amigos, para publicar um
e-zine, o Truko. E sinto que apenas arranhei a superfície do território que
pensava que conhecia.
Gostaria de agradecer a todos
nesta viagem: Hendric Diogo, Keidson Oliveira, Rafael Bernardes, Samuel Sanção,
Carlos Bizarro, Andressa Gonçalves, Gidalti Moura, Pietro Antognioni, o Nato
nem conta pois vejo ele quase toda semana desde que tinha 17 anos. Obrigado
pessoal. Não parem de contar suas histórias. E Putz, fiquei triste pelo Dalton
e o Néstor que só foram entrar agora! Nem deu para criar histórias.
E daqui a muitos anos ainda vou
falar que o que fiz neste período não foram quadrinhos, mas encontros de
psicanálise. Gostaria de me desculpar a todos pela exposição de alguns
pensamentos desajustados...
Sobre o Cariello, gostaria de
dizer que sempre me inspirou a mostrar meu melhor, por mais que acho que isso
não fosse grande coisa, mas enfim, realmente foi significativo para mim todas
estas lições e momentos. E desde a primeira conversa, em 14 de junho de 2003,
quando mostrei minhas páginas do Batman, já não te acho um completo chato.
Buahahahahahh... Só um pouco... buhahahahha
Bem legal!=)
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